Quebrando o Silêncio 2017
Humilhação, invasão e ameaça. Sonhos desfeitos, coração ferido e sentimento de que a vida não tem mais sentido. Quando alguém tem sua intimidade e seu respeito violados, as consequências mais prováveis são a dor e o trauma. Não importa se o estupro tenha ocorrido na saída de uma festa ou dentro de casa. O quadro é o mesmo: um abusador que se aproveita de uma vítima. Por isso, a roupa, o ambiente ou a circunstância não podem ser desculpas para esse crime tão grave. Não há justificativa para a violência. É preciso agir sem mais demora, para quebrar o ciclo de exploração de quem está sendo abusado e proteger vítimas em potencial. Para tanto, é necessário um esforço conjunto a fim de discutir soluções para esse drama que afeta tantas pessoas.
Para se ter ideia de como esse problema está mais próximo do que se imagina, em 2011, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que 70% das mulheres em todo o mundo sofrem algum tipo de violência de gênero ao longo da vida. Portanto, não podemos ficar com os olhos vendados nem fingir que não vemos o que acontece ao nosso redor. Até quando permitiremos que familiares, amigos e desconhecidos sejam feridos por uma crueldade que esmaga sonhos, fecha portas e promove morte lenta e gradual da dignidade? As consequências emocionais do estupro e de outros tipos de violência podem ser irreversíveis e fatais.
Diante da gravidade desse cenário, a prevenção precisa começar em casa. Um ambiente seguro, em que o respeito, o amor e a coerência são valorizados, pode evitar novos casos e minimizar essa situação. Mas a prevenção não é responsabilidade somente da família. Todos nós, professores ou amigos, líderes religiosos ou políticos, precisamos nos envolver nesta causa. Somos corresponsáveis pelo bem-estar e pela saúde de quem está perto de nós. Ao ler esta edição, você perceberá que o assunto é grave e pode trazer sérios prejuízos físicos e psicológicos para a vítima e consequências sociais e culturais não menos preocupantes.
Mas a boa notícia é que a conscientização da sociedade sinaliza esperança. Por isso, desde o início dos anos 2000, a Igreja Adventista investe na campanha anual Quebrando o Silêncio, como uma estratégia de prevenção de qualquer tipo de violência e também de proteção das vítimas. Cuidar dos mais vulneráveis, fornecer informações para pais e educadores e, sobretudo, ajudar a diminuir a incidência de casos de agressão, são nossos objetivos. Portanto, junte-se a nós!
MARLI PEYERL é educadora e coordenadora da campanha Quebrando o Silêncio na América do Sul
Histórico do Projeto
Quebrando o Silêncio é um projeto educativo e de prevenção contra o abuso e a violência doméstica promovido anualmente pela Igreja Adventista do Sétimo Dia em oito países da América do Sul, (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai) desde o ano de 2002.
A campanha se desenvolve durante todo o ano, mas uma das suas principais ações ocorre sempre no quarto sábado do mês de agosto. Este é o “Dia de ênfase contra o abuso e a violência”, quando ocorrem passeatas, fóruns, escola de pais, eventos de educação contra a violência e manifestações na América do Sul.
Todos os dias a mídia apresenta um quadro de violência assustador. Crianças, mulheres e idosos são as principais vítimas, Segundo a Organização Mundial de Saúde, a violência responde por aproximadamente 7% de todas as mortes de mulheres entre 15 e 44 anos no mundo. Em alguns países, até 69% das mulheres relatam terem sido agredidas fisicamente e até 47% declaram que sua primeira relação sexual foi forçada. Por isso, o projeto tem como objetivo prevenir e combater a violência contra crianças, mulheres e idosos, além de orientar as vítimas na busca de ajuda dos órgãos competentes, quebrando assim o ciclo de violência. A violência doméstica é nutrida pela ignorância. Assim, para combater esse mal é preciso trazê-lo a público, examiná-lo e dar a solução necessária. Os cidadãos em geral devem se tornar parte dessa solução e o primeiro passo é a prevenção, procurando alcançar todas as faixas etárias.
Objetivos
A Campanha Quebrando o Silêncio tem como objetivos:
Conscientizar a população em geral, em particular as crianças, mulheres e idosos sobre a importância de pôr um basta à violência, através do ensino de regras simples e eficazes de prevenção e sobrevivência ao abuso.
Orientar as famílias, pais e filhos, educadores e alunos sobre o assunto, levando esclarecimento quanto a seus direitos e alertando quanto à necessidade de quebrar o silêncio e buscar junto aos órgãos competentes o apoio necessário.
Promover a paz para um mundo melhor por meio da distribuição de panfletos, revistas e palestras, formando um padrão cultural de que a violência na família é inaceitável.
Resgatar os valores cristãos do amor e respeito ao próximo, fortalecendo as famílias, que é facilitadora da interiorização de valores.
Coibir abusadores.
Justificativa
Muito se tem falado de violência doméstica ultimamente. O governo, ONGs, instituições religiosas e empresas privadas estão se unindo para pôr fim a esse mal que assola a sociedade em todos os níveis. Notícias aterradoras têm deixado o mundo em comoção. Dentro e fora do Brasil, imagens da mídia chocam a população.
O abuso infantil, a violência contra a mulher e o abuso ao idoso abrangem grande parte da violência familiar e ocorrem justamente no lugar em que as pessoas deveriam se sentir mais seguras – seu próprio lar.
Proposta
A Campanha “Quebrando o Silêncio” tem o intuito de orientar as vítimas na busca de ajuda dos órgãos competentes, quebrando assim o ciclo da violência.
Mobilizar autoridades, educadores e educandos, pais e filhos a fim de sensibilizá-los acerca da problemática apresentada.
Materiais
Todo ano são produzidos diversos tipos de materiais, como: Revista Adulto, Revista Infantil, Folders, Cartaz, Camiseta, Faixa, Outdoor, Adesivos, Banner, Vídeos e Apresentações de palestras.
Temas abordados nas campanhas:
Dizendo Não à violência
Eu quero Paz
Família, cuide, ame e proteja
Lições de Vida – Idosos
O amor é … Dicas
Paz para um mundo melhor
Quando o inesperado acontece
Seu filho e os perigos da internet
Bullying
Gente importante – Inclusão Social
Seu filho e os perigos da internet
Traumas da Violência, caminhos da superação
Ações
Passeatas: A campanha promove passeatas para distribuição de folhetos e revistas visando à informação e a conscientização da comunidade.
Palestras: Palestras são ministradas em colégios para pais professores e alunos com o intuito de alertar os mesmos a importância de quebrar o silêncio.
Ações Comunitárias: Ações comunitárias com apresentações musicais, teatrais e seminários são realizadas em praças, auditórios, shoppings e estádios.
Materiais: Foram distribuídas 5.636.404 Revistas, 16.897.015 panfletos e milhares DVDs. (até 2013)